domingo, 13 de junho de 2010

Indiano liderava rede de casamentos brancos

«Contratam mulheres portuguesas para casar com imigrantes ilegais, pagando às primeiras de modo a tornar os segundos cidadãos da União Europeia – e este esquema fraudulento rende milhões de euros por ano à rede organizada. O SEF deteve dez pessoas na Grande Lisboa em Dezembro, na sequência de uma longa investigação, mas faltava apanhar três dos principais cérebros do negócio, que pode financiar actividades ligadas ao terrorismo. Entre eles está um indiano, preso este mês, que transferia dinheiro para contas altamente suspeitas.
O SEF, na investigação dirigida pela Unidade Especial de Combate ao Crime Violento do DIAP de Lisboa, avançou com a última operação em Odivelas e Loures, de madrugada, detendo o suspeito e passando as suas casas e carros a pente-fino. Guardava todos os comprovativos das transferências e o cartão Gold da Western Union com que movimentou mais de 300 mil euros provenientes do esquema. Ao que o CM apurou, há contas bancárias de destino do dinheiro, no Líbano e noutros países do Médio Oriente, que são investigadas pelas autoridades internacionais por suspeitas de ligações a actividades terroristas. À margem da investigação aos casamentos fraudulentos, os inspectores do SEF também avançaram, na madrugada de dia 11, para uma operação em Setúbal que resultou na constituição de quatro arguidos, estrangeiros, que adquiriam Bilhetes de Identidade portugueses a cidadãos em situação económica desfavorecida, em troca de alguns euros – para depois os fazerem chegar a outros Estados - membros da União Europeia (UE), onde são falsificados e vendidos a cidadãos estrangeiros que têm a sua situação de permanência na UE irregular ou precária. Em causa estão crimes como o auxílio à imigração ilegal, num inquérito que é também coordenado pelo DIAP de Lisboa e que conta com o apoio de autoridades de outros países e da Europol, com vista a desmantelar uma organização de âmbito transnacional.
Depois de dez detidos em Dezembro último, quatro homens e seis mulheres, suspeitos de liderarem a rede de ‘casamentos brancos’ na Grande Lisboa, o SEF avançou para três operações: deteve dois elementos em Fevereiro e, este mês, o cidadão indiano. Angariam mulheres portuguesas em situação económica difícil – e, em troca de mil a 1500 euros, convencem-nas a casar com imigrantes ilegais. O negócio é feito em conservatórias portuguesas mas também em Espanha, França, Bélgica, Holanda ou Alemanha. Quanto aos clientes da rede, muitos são cidadãos paquistaneses, entre outros, que passam a circular livremente na União Europeia – em países onde alguns são investigados por ligações ao terrorismo internacional».
A notícia completa do Correio da Manhã está disponível aqui.

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